Viola-de-Cocho
A Viola-de-Cocho é um instrumento musical encontrado nos estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no centro-oeste brasileiro. Recebe
este nome por ser confeccionada em tronco de madeira inteiriço, esculpido
no formato de uma viola e escavado na parte que corresponde à caixa de
ressonância.
Esse instrumento é feito da mesma maneira como se faz um cocho, objeto
lavrado em um tronco maciço de árvore usado para colocar alimentos para
animais na zona rural. Nesse "cocho" é afixado um tampo e as partes que
caracterizam o instrumento, como o cavalete, o espelho, o rastilho e as
cravelhas.
Composição e fabricação
O instrumento se apresenta com cinco ordens de cordas simples. São
várias as madeiras utilizadas: para o corpo do instrumento, a Ximbuva e
o Sarã; para o tampo, raiz de Figueira branca; e para as demais peças,
o Cedro.
As violas armam-se com quatro cordas de tripa e uma revestida de metal.
Atualmente, as cordas de tripa estão sendo substituídas por linhas de
pescar devido à proibição da caça na região do Pantanal e também por
causa da durabilidade maior do nylon nesse tipo de linha.
Atualmente existem vários "fazedores" de viola de cocho, como se
auto-intitulam os construtores do instrumento. Os principais pólos de
fabricação artesanal do instrumento são:
· Cuiabá (Mato Grosso) e Corumbá (Mato Grosso do Sul)
História
A viola de cocho é fabricada também de outras madeiras, como a
mangueira, cajá manga, embiruçu, consideradas madeiras macias,
onde proporciona uma excelente ressonância. As cordas são de tripas,
normalmente de macacos e ouriços que eram as melhores porém sua
durabilidade não era tão boa quanto à linha de pescar. Pois as cordas
das tripas de animais logo começava a esfarelar e partiam devido o seu
ressecamento.
A linha de pescar oferece uma ressonância melhor acompanhada do
canutilho, a quarta corda de violão.
É endêmico do Pantanal e deu vida aos ritmos pantaneiros: o cururu e o
siriri, que são usados para celebrar os folguedos populares onde homens,
mulheres e crianças se juntam sob a igualdade de uma cultura que já
ultrapassa um centenário.
É usada também em manifestações populares da região, como a dança
de São Gonçalo, folião, ladainha, rasqueado limpa banco (ou rasqueado
cuiabano), e em festas religiosas tradicionais realizadas por devotos
associados em irmandades. No Brasil, as origens da viola-de-cocho são
pouco claras: acredita-se que tenha vindo de São Paulo, acompanhando
a expansão bandeirante para a região centro-oeste.
Popularidade
Com a chegada da televisão e do rádio na região, por volta dos anos 1950,
a viola-de-cocho começou a perder a popularidade entre a comunidade local,
que a produzia de forma artesanal.
Esse processo quase levou à extinção do instrumento. A arte de esculpir e
tanger violas de cocho é de domínio, em geral, de pessoas de mais idade.
Com a chegada da televisão, por volta da década de 50, seu uso foi ficando
cada vez mais restrito às área mais distantes das cidades.
Mas nos últimos 15 anos, a viola- de-cocho voltou a ser um dos instrumentos
mais populares de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
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